segunda-feira, 1 de maio de 2017

OCUPAÇÃO MARCELINO FREIRE | PALAVRA AMASSADA ENTRE OS DENTES - Sesc Copacabana de 09 de maio a 04 de junho

Marcelino Freire, escritor pernambucano radicado em São Paulo – Prêmio Jabuti 2006 e Prêmio Biblioteca Nacional 2014 –, terá seus textos montados em três espetáculos reunidos em uma ocupação no Sesc Copacabana. Apesar de já ter incursões pelo cenário carioca onde seus livros foram lançados e participar de eventos literários, é o projeto mais significativo de abordagem da obra de Marcelino no Rio, um dos maiores expoentes da escrita brasileira na contemporaneidade, que tem seus livros lançados em toda a América Latina e na Europa e atrai atenção de diversos grupos pelo Brasil. Principalmente porque Marcelino escuta a rua, é dela que vem sua obra repleta de personagens marginais, reconhecíveis e através de uma voz crítica, contundente e importante pros dias de hoje.

Diante disso e por conta dos diversos projetos baseados obra de Marcelino que receberam, o Sesc RJ decidiu realizar a Ocupação Marcelino Freire –PALAVRA AMASSADA ENTRE OS DENTES, em homenagem ao autor. O evento acontecerá de 09 de maio a 04 de junho, no Sesc Copacabana, e receberá neste período três espetáculos: “Um Sol de Muito Tempo”, com Wilson Belém e direção de Cadú Cinelli, “Balé Ralé”, com o Teatro de Extremos e direção de Fabiano de Freitas, e “Contos Negreiros do Brasil”, de Fernando PhilbertLi BorgesMilton Filho e Rodrigo França; uma oficina literária com o próprio Marcelino; um sarau de poesias com a participação do autor e dos poetas convidados Chacal e Mano Melo; e ainda disponibilizará um acervo com uma seleção de livros do escritor, no Espaço de Leitura do SESC.

Marcelino Freire (50 anos), nasceu em Sertânia, PE, mas vive em São Paulo desde 1991. Escreveu, entre outros títulos, “Angu de Sangue” (Ateliê Editorial, Contos, 2000) e “Contos Negreiros” (Editora Record, 2005), com o qual foi vencedor do Prêmio Jabuti. Em 2013 lançou, pela Record, o romance “Nossos Ossos” (Prêmio Machado de Assis), também publicado na Argentina, França e Portugal. É o criador e curador da BALADA LITERÁRIA, evento que reúne, anualmente, desde 2006, uma centena de escritores, nacionais e internacionais, pelo bairro paulistano da Vila Madalena. Para saber mais sobre autor e obra, acesse: www.marcelinofreire.wordpress.com


PROGRAMAÇÃO

OS ESPETÁCULOS:

UM SOL DE MUITO TEMPO

Um Sol de Muito Tempo”, performance solo com Wilson Belém e direção de Cadu Cinelli, a partir de seis contos de Marcelino Freire, estreia dia 09 de maio, no CineTeatro do Sesc Copacabana. Personagens como o Velho, os Acompanhantes, o Avô e a Criança dão voz a pontos de vista distintos sobre o processo de envelhecimento e a senilidade.

Os contos, A ÚLTIMA SESSÃO, BELINHA, A ACOMPANHANTE, HORA DO BANHO, VOVÔ VALÉRIO VAI VOAR, e TROCA DE ALIANÇAS, abordam o tema da senilidade. A passagem do tempo incidindo sobre corpos, mentes e sentidos. Sobre velhos e acompanhantes. Sobre avós e netos. Sobre pais, sobre filhos. Sobre irmãos. O texto dá voz tanto aos que vivem na própria carne o processo de envelhecimento como aos que estão por perto, atentos à inexorabilidade das horas.

Construindo um ambiente intimista, de cumplicidade e proximidade com o espectador, o ator dá voz aos personagens destas histórias. A teatralidade dos contos emerge não a partir de uma adaptação para a forma dramática (os contos são falados integralmente), mas através da valorização da riqueza rítmica, musical e poética da prosa do autor. São palavras e sons que constroem as imagens; sensações e afetos constroem as relações que se encarnam nas ações da cena.

FICHA TÉCNICA
Texto: Marcelino Freire (contos dos livros AMAR É CRIME, ANGU DE SANGUE, BALÉRALÉ e RASIF)
Concepção e atuação: Wilson Belém
Direção: Cadú Cinelli
Cenografia e Iluminação: Cadú Cinelli
Cenotécnico: Handerson Oliveira
Figurinos: Florencia Santangelo
Costureiro: Caio Braga
Preparação vocal: Marianna Lima
Arranjo para violão: Gloria Calvente
Composição musical para o conto “TROCA DE ALIANÇAS”: Henrique Machado
Design gráfico: Evee Ávila
Assessoria de imprensa: Daniella Cavalcanti
Midia social: Rafael Teixeira
Produção Executiva: Thamires Trianon
Produção: Inácio e Belém Produções Artísticas e 9 Meses Produções Artísticas.
SERVIÇO
Temporada: de 09 de maio a 01 de junho
Local: Sala Multiuso (CineTeatro) do Sesc Copacabana
Horário: Terças, quartas e quintas às 20h
Ingressos: R$ 25,00 (inteira), R$12,00 (meia) e R$6,00 (associado do Sesc), 
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 minutos
Lotação: 50 lugares

BALÉ RALÉ

Balé Ralé, sétimo espetáculo de TEATRO DE EXTREMOS, estreia dia 11 de maio de 2017, na Arena do Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro, com direção de Fabiano de Freitas. A cia já conta com 12 anos de trabalho continuado e atuação ininterrupta. Balé Ralé fecha uma trilogia iniciada com ‘Feriado de Mim Mesmo’ (2011) e ‘O Homossexual ou a Dificuldade de se Expressar’, de Copi (2015), espetáculo ainda em repertório. Desta vez parte da teatralização da obra do escritor Marcelino Freire. No elenco BlackyvaLeonardo CorajoMauricio LimaSamuel Paes de LunaVilma Mello e Juracy de Oliveira (stand in).

Os textos de Marcelino Freire dão continuidade à pesquisa da cia na reflexão das questões da diversidade e seus reflexos sobre o homem contemporâneo, numa cena contundente sobre os limites do corpo, da sociedade e sua potência transformadora. A obra de Marcelino expande nossas noções de marginalidade. Nos últimos tempos, a pesquisa do Teatro de Extremos vem se debruçando sobre as questões referentes à discussão de gênero. Não se trata de ter estas questões meramente como tema, mas sim em entende-las como fundamental no próprio desenvolvimento da linguagem quando ela desempenha um papel na relação entre artista e público. O último trabalho, mergulhado na obra de Copi, nos “autoriza” a ampliar esta reflexão, pensando na desconstrução de gênero e nos espaços interditos quando tratamos desta questão à luz da contemporaneidade. Quando nos deparamos com a obra de Marcelino Freire este exercício se potencializa, já que se dá através do desenho de personagens densos, marginais e polêmicos, que se colocam em fricção em relação à normatividade. Trazer à tona estas questões são também uma forma de continuar pensando o próprio mundo. Em Balé Ralé essa nova força aparece em velhos ícones da marginalidade. Antigos porém urgentes porque, em suma, são uma representação pungente sobre a perene busca humana pela liberdade.

Os personagens de BALÉ RALÉ carregam o mundo nas costas, as dores e os amores. E isso tudo tem uma origem específica: são pedaços vivos, rejuntes da própria matéria social brasileira. São personagens que desabafam palavra e por ela desabam. São pedaços vivos de cotidiano compondo um vozerio. Balé Ralé é uma peça sobre vozes e sobre corpos impondo ao público o lugar de escuta. Personagens que são como vulcões em erupção, em momentos-limites, extremos, prontos pra matar ou morrer. Personagens que são monstros, seres atolados que decidem dizer o que escutam nos seus próprios corações. Portanto: um depoimento. Trata-se de uma escrita veemente e visceral que perpassa a ideia de memória, reinvenção, amor, ódio, vingança e miséria, portanto uma obra sem receio de ser marginal, por ser esta a questão principal. A obra de Marcelino nos apresenta a rua. O território de ninguém e ao mesmo tempo de todo mundo.

A companhia vem de um grande sucesso com a montagem de O Homossexual ou a Dificuldade de se Expressar, texto de Copi, que continua em repertório, após realizar três temporadas, no Espaço Sesc, Galpão Gamboa e Teatro Sergio Porto, além de ter composto a programação da mostra Todos os Gêneros, no Itaú Cultural, em SP. O espetáculo recebeu 13 indicações às mais importantes premiações do teatro carioca, como o Prêmio Shell, APTR, Cesgranrio e Questão de Crítica, das quais recebeu quatro.

FICHA TÉCNICA
Texto: Marcelino Feire
Concepção e Direção: Fabiano de Freitas
Elenco: Blackyva, Leonardo Corajo, Mauricio Lima, Samuel Paes de Luna, Vilma Mello e Juracy de Oliveira (Stand In)
Direção de Movimento: Marcia Rubim
Luz: Renato Machado
Direção Musical: Gustavo Benjão
Cenário: Pedro Paulo de Souza e Evee Avila
Figurinos: Luiza Fardin
Pesquisa Visual: Evee Ávila
Assistência de Direção: Juracy de Oliveira
Direção de Produção: Veronica Prates
Coordenadora Artística: Valencia Losada
Coordenadora de Planejamento: Maitê Medeiros
Produtor Executivo: Thiago Miyamoto
Coordenador Técnico: Iuri Wander
Idealização: Fabiano De Freitas
Realização: Teatro de Extremos + Quintal Produções

SERVIÇO
Temporada: de 11 de maio a 04 de junho de 2017
Horário: quinta a sábado, às 20h30, e domingos, às 19h
Local: Arena Sesc Copacabana
Ingressos: R$ 25,00 (inteira), R$12,00 (meia) e R$6,00 (associado do Sesc)
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 60 minutos
Lotação: 200 lugares
Gênero: Drama

CONTOS NEGREIROS DO BRASIL

Contos Negreiros do Brasil”, que estreia dia 12 de maio, na Sala Multiuso do Sesc Copacabana, leva o público a presentificar índices estatísticos, contextualizados com cenas que reproduzem dores, paixões, medos, alegrias e angústias. A carne negra é exposta em suas dimensões e experiências reais, sociais e culturais. Um espetáculo documentário sobre a condição real e atual da negra e do negro no Brasil; seja o jovem estudante, o gay negro, a negra hipersexualizada pela sociedade, o menor infrator, a prostituta e a idosa.

Os personagens veem as cenas por meio das estatísticas apresentadas pelo sociólogo e filósofo Rodrigo França, com dados atuais que são expostos para plateia. Os atores Li Borges e Milton Filho interpretam todos os personagens contidos nos 12 contos do livro Contos Negreiros, deMarcelino Freire.

FICHA TÉCNICA
Texto: Marcelino Freire
Um espetáculo de Fernando Philbert, Li Borges, Milton Filho e Rodrigo França
Direção musical: Maíra Freitas
Elenco: Line Borges, Milton Filho e Rodrigo França
Cenário e Figurino: Natália Lana
Iluminação: Vilmar Olos
Produção: Sergio Canizio
Realização: Diverso, Cultura e desenvolvimento.

SERVIÇO
Temporada: 12 de maio e 04 de junho de 2017, de sexta a domingo
Horário: Sextas e sábados, às 19h, e domingos, às 18h
Local: Sala Multiuso do Sesc Copacabana
Ingressos: R$25,00 (inteira), R$12,00 (meia) e R$6,00 (associado do SESC),
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 70 minutos
Lotação: 50 lugares
Gênero: Drama


SARAU | Encontro de Poetas com MARCELINO FREIRE
participação de CHACAL e MANO MELO

SERVIÇO
Dia: 24/05
Horário: 19h às 21h30
Local: Arena do Sesc Copacabana
Ingressos: Gratuitos com distribuição de senhas 30 minutos antes da programação.
Classificação indicativa: Livre
Duração: 2h30
Lotação: 150 lugares


OFICINA LITERÁRIA SOLTANDO A LÍNGUA com MARCELINO FREIRE
Por meio de exercícios e de intensa troca de ideias e de experiências entre os participantes da oficina, o escritor Marcelino Freire dará dicas de como “desbloquear” e “enxugar” um texto, trabalhar a concisão, dar voz a uma ideia, criar um personagem, organizar um livro, valorizar o repertório e o vocabulário, seja em qual gênero literário for.

SERVIÇO
Dias: 25, 26 e 27/05
Horários: 14h às 17h30
Local: Sala Leblon do Sesc Copacabana
Inscrições: Enviar e-mail para sesccopacabana.inscricoes@sescrio.org.br com carta de intenção, currículo e foto
Classificação indicativa: 16 anos
Lotação: 25 vagas


ACERVO DE LEITURA
Seleção de livros do escritor Marcelino Freire, disponibilizados no Espaço de Leitura do Sesc Copacabana.

SERVIÇO
Dias: de 09 de maio a 04 de junho de 2017
Local: Espaço de Leitura do Sesc Copacabana
Horários: Disponíveis durante a programação da Ocupação
Classificação indicativa: Livre

SERVIÇO GERAL
OCUPAÇÃO MARCELINO FREIRE – PALAVRA AMASSADA ENTRE OS DENTES
Sesc Copacabana
Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
Informações: (21) 2547-0156
Bilheteria - Horário de funcionamento: Segundas, das 9h às 16h; Terça a Sexta, das 9h às 21h; Sábados, das 13h às 21h; Domingos, das 13h às 20h.


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