sexta-feira, 26 de maio de 2017

Referência para a Escola Bolshoi, projeto do Alemão está sendo despejado de sua sede

A vida no Complexo do Alemão tem sido difícil, a violência diária tira a esperança e expectativas de milhares de famílias, mas cerca de 1.500 crianças e adolescentes da região se descobriram bailarinos, através do Projeto Vidançar, que funciona no complexo desde 2009. A iniciativa que já encaminhou dois alunos para a Escola Bolshoi, e outros três para o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, está prestes a fechar as portas: o seu aluguel dobrou de preço. Para que o projeto continue funcionando, uma vaquinha virtual está sendo feita no site Kickante.

Segundo Ellen Serra, gestora do Vidançar, infelizmente não há nada que possa ser feito, o aluguel era pago diretamente por um antigo patrocinador, mas esse suporte acabou em março. “Tentamos conversar, argumentar, temos 200 crianças, utilizamos esse espaço há anos, mas infelizmente não teve jeito”, lamenta.

Mesmo com os contratempos, os alunos estão preparando uma apresentação lindíssima na Cidade das Artes, neste fim de semana. O Vidançar não está com nenhum patrocínio ativo, e conta com a ajuda de parceiros para realizar a apresentação. As contas estão atrasadas, os profissionais que trabalham no projeto não recebem salários ou ajudas de custo há três meses – mas continuam exercendo suas funções, por amor. O prazo é curto, o Vidançar, que atualmente atende 200 crianças, precisa angariar verbas para conseguir pagar preparar o novo espaço que conseguiu. Precisa colocar barras e espelhos projetados para dança. Para colocar tudo em ordem, é necessário arrecadar R$ 20 mil.

O espaço em que o Projeto Vidançar funciona, foi completamente reformado, graças a parcerias, o piso foi adaptado para dança, barras e espelhos foram instalados, e este material não poderá ser retirado. “Não sei o que vamos fazer, nossos apoiadores investiram quase R$ 30 mil para preparar o espaço para dança, o máximo que conseguiríamos retirar são as barras”, lamenta a gestora do projeto, Ellen Serra. “Precisamos de ajuda urgente, senão esse projeto incrível vai fechar as portas”, lamenta. “Se eu tivesse dinheiro, colocaria do meu bolso, como já fiz no passado, mas não tenho de onde tirar.”

Preparação para apresentações

Mesmo envolto de incertezas, o Projeto Vidançar levará o espetáculo “Os Opostos se Atraem’ para a Cidade das Artes, no próximo dia 27, às 16h. Os bailarinos do Complexo do Alemão irão, pela primeira vez, se apresentar num palco profissional e a expectativa é que seja um divisor na vida deles. O público irá conferir uma história que fala da disputa entre dois grupos de dança: um de balé e o outro de hip hop, além de contribuir doando 1kg de alimento não perecível para o Grupo Alemão Solidário, GAS, no lugar da compra de ingressos.

O humorista Rafael Infante será o mestre de cerimônia do espetáculo que tem como apoiadores a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Grupo Abraço de Águia, Cidade das Artes, Grupo Todos Pelo Alemão, Via Varejo, Agência Is, IV Guindastes, Absolem, Loja Ana Botafogo, Lata Foundation, Revista A Lagarta, Abace, Meia Ponta, Cia. Ratos de Teatro, Cenógrafa Silvia Portugal. “Esperamos conseguir que o projeto alcance mais alunos e em diferentes partes da cidade, ampliando o alcance do Complexo do Alemão para outros locais, abraçando mais crianças, levando a possibilidade de aprender a arte da dança”, almeja Ellen, que é advogada por formação.


Serviço
O espetáculo de dança ‘Os Opostos se Atraem’ acontecerá nesse sábado, dia 27/05, na Cidade das Artes (Avenida das Américas 5300, Barra da Tijuca). Entrada: um quilo de alimento não perecível.
Para ajudar o Vidançar, acesse: www.kickante.com.br/campanhas/projeto-vidancar


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